O Instituto Endeavor, utilizando a metodologia de entrevistas on-line, entrevistou pessoas de várias partes do país, o que resultou em um estudo sobre a cultura empreendedora no Brasil. O objetivo da pesquisa foi gerar conhecimento relevante sobre a imagem do empreendedor e do empreendedorismo, bem como identificar perfis de empreendedores brasileiros e suas características.
O Instituto identificou os aspectos comportamentais comuns e indispensáveis ao empreendedor que busca o sucesso de seu negócio. São eles:
Otimismo: relaciona-se com sempre ver e esperar o melhor, acreditando que tudo vai dar certo. Alguns empreendedores acreditam e dizem sofrer de excesso de otimismo.
Autoconfiança: refere-se ao talento inegável que o empreendedor tem para acreditar em si mesmo, em suas ideias e decisões.
Coragem para aceitar riscos: diz respeito a fazer o possível para reduzir riscos, apesar de os empreendedores considerarem correr riscos como algo estimulante, que dá energia e faz crescer. Existe o medo do risco, mas ele não é paralisante, porque o sonho ainda supera o medo. Os fracassos são encarados como aprendizado, não como derrota.
Desejo de protagonismo: surge como consequência dos comportamentos anteriores e também porque o empreendedor sente necessidade de ser reconhecido, de adquirir a sua autonomia, de tomar as rédeas da sua própria vida e de alcançar a plenitude.
Resiliência e persistência: traduzem-se em acreditar no poder do seu sonho e, por isso, o empreendedor luta até o fim, enfrentando todos os desafios sem desistir.
Esses comportamentos foram vistos como uma engrenagem que liga uns aos outros, formando um todo para a existência do empreendedor. Se um desses comportamentos está ausente e ele não consegue desenvolvê-lo, provavelmente não será um empreendedor.
A pesquisa da Endeavor coletou também histórias e experiências de empreendedores que reforçam as lições extraídas das entrevistas e divulgadas no estudo, como esta:
Sou de família humilde, meu pai era porteiro e minha mãe vendedora de porta em porta. Para conseguir as coisas que eu queria, com 8 anos já estava vendendo pulseiras, com 12 anos vendia cosméticos. Sempre aproveitei todas as oportunidades! Aos 13 anos, fui trabalhar no McDonald’s e fiquei maravilhada com o processo e padronização da empresa. Comecei a pedir para estudar os livros que só eram acessíveis à gerência e assim fui crescendo lá dentro. Mas eu continuava vendo oportunidades. Associei-me a outras duas pessoas, juntamos as nossas economias e nos lançamos numa jornada empreendedora, focada num produto para a classe C, quando ninguém falava nisso ainda. Acharam que estávamos loucos, imagine largar tudo para investir num produto voltado para os “pobres”. Além disso, sabíamos o que tínhamos aprendido na prática, mas eu acreditava que estávamos no caminho certo.
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