Surfista de Saquarema foi campeão do individual masculino e das duplas ao lado de Eric Rebiere nas ondas do Pontão do Leblon, zona sul do Rio. "Cachorros surfistas" também foram destaque do evento
Quando Lucas Chumbo entra em um campeonato de ondas grandes, ele sempre se destaca. Nesta quinta-feira, esta história se repetiu durante o Gigantes de Nazaré na etapa do Rio de Janeiro. As ondas não estavam gigantes, mas o surfista de Saquarema mostrou toda a sua sintonia com o surfe de tow-in - aquele que o atleta é puxado por um jetski para entrar nas ondas - e se consagrou bicampeão do torneio da Cidade Maravilhosa. Chumbinho, junto com Eric Rebiere, venceram todas as duas edições no Pontão do Leblon, na Zona Sul do Rio. Além do prêmio nas duplas, Lucas ainda levou o troféu do individual. Michelle Des Bouillons venceu na categoria feminina.
Como o mar não estava gigante, Lucas Chumbo aproveitou para voar nas ondas do Pontão do Leblon. Eric puxou o companheiro nas ondas certas, e o atleta de Saquarema não desperdiçou. Deu aéreo, batida, rasgada. A linha do Chumbo impressionou os juízes, e ele foi recompensado com boas notas. Eric também surfou bem para fechar o campeonato com folga na bateria. Terminaram com 14,00 pontos - somando a melhor nota de cada atleta - enquanto as outras três duplas ficaram na casa dos dez pontos para baixo. A final ficou assim:
Chumbo e Eric: 14,00
Koxa e Vitor: 10,67
Ian e Michelle: 9,60
Trekinho e Ivan: 7,16
- Um show de surfe na praia. Praia lotada. Muito amarradão de estar vivendo esse momento aqui, ainda mais nessa cidade maravilhosa que é o Rio de Janeiro. Saindo vitorioso, defendendo esse título. Tenho que agradecer ao meu piloto, Eric, que me colocou nas melhores ondas e foi um mentor dentro d'água para me acalmar. Mais um ano para a gente - comemorou Lucas Chumbo.
Mesmo sendo uma competição, o clima entre os atletas era de amizade. Alguns deles, inclusive, estavam surfando em casa. Marcelo Trekinho e Ivan Moreira - dupla que terminou em quarto lugar no torneio - aprenderam a surfar bem ali nas ondas do Pontão do Leblon. Os dois aproveitaram o evento no "quintal de casa" para contar com o apoio de suas famílias e de seus cachorros.
"Cachorros surfistas" são destaques do evento
Enquanto Ivan Moreira surfava no Pontão do Leblon, sua família não tirava os olhos do mar. Além da esposa, mais três companheiros acompanhavam atentos. Bono, Mukeka e Bali, seus cachorros, pareciam entender tudo que estava acontecendo. E estavam mesmo. Isso porque os três animais de estimação de Ivan também surfam, mas o talento principal da família é o Bono. O "irmão mais velho" é pentacampeão mundial em competições surfdog. Desta vez, não entrou para competir. Ficou na praia assisitindo o Ivan chegar à final do Gigantes de Nazaré.
- Você ter o privilégio de compartilhar sua vida com esses anjinhos de quatro patas, é maravilhoso. É um privilégio mesmo. Pelo amor e pureza que eles têm. A nossa relação vai além da nossa vida. Ainda mais com o Bono. Um cachorro que mudou minha vida. Um cachorro que fez eu mudar de cidade, mudar de profissão, mudar de tudo. Ele mudou minha vida realmente. Eu tento dar um pouquinho de troca do que esses anjinhos me proporcionaram - disse Ivan Moreira. Marcelo Trekinho, que já participou de campeonatos mundiais ao redor do mundo, também teve o privilégio de competir no lugar onde aprendeu a surfar.
- É muito legal ter uma competição aqui no Leblon. Essas duas edições do Gigantes trouxe uma vida muito legal para cá. Essa praça é uma área super mal aproveitada pelo próprio bairro. É muito legal movimentar esse canto do Leblon. Quanto mais campeonatos tiverem aqui, mais a gente fomenta o lugar. Muitos surfistas bons vão ser criados e estou amarradão de estar em casa e receber os melhores do mundo aqui - afirmou Trekinho.
Ao contrário do Ivan, Marcelo Trekinho é "pai de pet" há pouco tempo. Sua família estava na areia do Leblon torcendo, mas quem fez mais barulho foi a Jussara, sua cadela. Quando o Trekinho acertou um aéreo e conseguiu a classificação para a final, Jussara latiu como se entendesse a importância da manobra. Marcelo adotou a pequena companheira há poucos dias.
- Peguei a Jussara tem 15 dias na rua. Ela ficou me seguindo, aí entrou no meu carro, brother. Fiquei com pena de tirar e já levei para o veterinário direto. Agora eu tento levar ela para tudo que é lugar para ela não ficar sozinha, ainda está se acostumando. Quando eu vou surfar, eu deixo ela com alguém na minha barraca. Ela fica chorando e latindo, mas quando eu volto, ela fica feliz. Ela só não gosta de surfar, tem medo da água. Eu coloco sempre ela na água salgada, faz bem para o pelo dela, mas ela não gosta – brinca Marcelo Trekinho
Por João Ribeiro — Leblon, Rio de Janeiro
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