Ainda provoca polêmica a inauguração de um mercado da rede Atacadão no bairro da Vila
Yolanda, em Osasco. Durante a 33ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (21), os parlamentares osasquenses voltaram a criticar a abertura do empreendimento sem que fossem apresentados os documentos que regularizam a obra.
Recentemente, um deslizamento no local das obras soterrou três trabalhadores, felizmente resgatados sem ferimentos graves. Dias depois, houve a inauguração do empreendimento, fator que provocou indignação dos parlamentares.
“Não somos contra a vinda de empresas para a cidade. Tanto que a Câmara aprovou a redução do imposto para que mais empresas viessem para Osasco e gerassem mais empregos. Mas esta Casa é contrária a abertura de estabelecimentos que não tenham documentação adequada. Queremos que gerem empregos, mas com responsabilidade”, explicou Ribamar Silva (PSD), ao apresentar uma nota de repúdio pela liberação da obra.
De acordo com o parlamentar, a loja não está obedecendo do zoneamento da região. “Abriram para uma loja de varejo e não poderia abrir, porque a liberação era pra ser galpão. Não apresentaram documentação e abriram o estabelecimento”, apontou Ribamar. O parlamentar diz não concordar com a situação e esclareceu que um dos responsáveis pelo
empreendimento teria dado duas versões diferentes para explicar como a empresa conseguiu a liberação para abrir um varejo e não um galpão para logística.
Para Josias da Juco (PSD), é preciso esclarecer que a Câmara deixou todos cientes que havia
irregularidades e que os vereadores estavam preocupados com a abertura de uma loja no
local. Délbio Teruel (DEM) ressaltou que “todos ficamos preocupados com a situação, pois não
há mudanças no zoneamento. Tivemos um desabamento recentemente e minha indignação é que a conversa aqui na Câmara foi diferente daquela na frente do prefeito”, afirmou Teruel.
“Todos nós somos favoráveis a geração de empregos, mas somos uma Casa Legislativa e
precisamos atuar dentro da lei. Falei sobre riscos, do deslizamento e deixei claro que qualquer
que fosse a decisão daquele momento, a Câmara estaria resguardada.”, disse Ana Paula Rossi (PL), lembrando que havia uma discussão sobre regularização de zoneamentos para favorecer a geração de empregos. “Acho importante a fala do presidente para deixar claro que ninguém estava de acordo com a abertura de um supermercado”.
“Tinha todos os documentos para galpão, não para supermercado”, frisou Ribamar Silva, para
deixar claro que não deu autorização para abertura de supermercado na região. “Somos
favoráveis a geração de 600 empregos, mas não podemos ser irresponsáveis de permitir o
funcionamento de forma inadequada”, finalizou o presidente da Câmara.
“Osasco tem lei e não pode ser atropelada”, compartilhou Pelé da Cândida (MDB), ao opinar
sobre os cuidados que a Câmara precisa ter ao liberar obras. “Nosso maior objetivo é salvar
vidas e não ceifar vidas”, após lembrar de acidentes que marcaram Osasco, como a queda de um telhado de uma igreja que funcionou no antigo Cine Glamour e da explosão do Osasco Plaza Shopping. “A responsabilidade é de quem aprova”, alertou o vereador.
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